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InternetEscola de MagistradosConexãoEMAG - Língua PortuguesaCrase (IV)

Crase (IV)

LEMBRE-SE:

Quando empregar

CRASE (IV)

Nas publicações anteriores, vimos casos em que se usa o acento indicativo de crase, agora vamos ver quando NÃO devemos empregá-lo. Sabemos que não se emprega crase diante de palavras masculinas.
“Todos os pagamentos a prazo terão acréscimo de 2% de juros ao mês.”
“Se ele está com tanta pressa assim, aconselho que vá a cavalo, pois, a, só chegará à cidade mais próxima daqui a uma hora.”

Também não há crase:

1) Diante de verbos
“Ela começou a perceber tarde demais o erro cometido, não houve tempo para se redimir.”
“Antenor foi o primeiro a terminar a prova. Ou ele estudou muito e conhecia bem a matéria, ou entregou tudo em branco, pois as questões eram bem difíceis.”

2) Em expressões nas quais há repetição do mesmo substantivo
“Quero ver se, cara a cara, ele tem coragem de mentir.”
“Gota a gota, a solução foi transferida de um frasco para outro.”
“Aquele maratonista foi impecável, liderou a prova de ponta a ponta.”
“Mônica falou frente a frente a Otávio que não queria vê-lo nunca mais! De fato, ela está muito ressentida.”

3) Há nomes próprios que não admitem artigo, como os de personagens célebres, e, por isso, não se verifica a ocorrência de crase.
“A devoção a Santa Teresinha do Menino Jesus é uma das mais populares da Igreja Católica em todo o mundo.”
Não se diz: “A Santa Teresinha do Menino Jesus é muito popular na França”, mas “Santa Teresinha do Menino Jesus é muito popular na França”.
“Os livros de História se referem a Maria Antonieta como uma rainha excêntrica, completamente fora da realidade da maioria da população francesa.”
“O filme Ana dos mil dias faz uma homenagem a Ana Bolena, a segunda esposa do rei Henrique VIII.”

Quando, porém, esse nome próprio está acompanhado de adjetivo ou locução adjetiva, deve-se empregar a crase.
“Membro da Congregação Mariana, ele sempre pede graças à Virgem Maria.”
“Hoje, muitos ‘fashionistas’ prestam homenagens à extravagante Maria Antonieta, vista como um ícone da moda.”

O exemplo mais corrente de uso de nomes próprios com locuções adjetivas é quando se menciona o nome de uma cidade e se associa a ela um epíteto, ou seja, uma palavra ou expressão que a qualifique, como vimos no verbete anterior.
“Esse professor é especialista em História romana, por isso, em suas aulas, ele sempre faz alguma alusão à  Roma dos Césares.” (dos Césares = locução adjetiva)

Ainda em relação a nomes próprios, vale lembrar que o uso de crase indica um grau de intimidade, seja uma relação de parentesco ou amizade.
“Daremos um belo presente de aniversário à  Beatriz, afinal, ela é nossa amiga de muitos anos.”
“Diga à  Maria que ela pode vir me ver quando quiser.”

Vale também ressaltar que o uso de crase diante de nomes próprios deve ser evitado em textos escritos mais formais.

Até a próxima publicação, na qual ainda veremos mais alguns casos em que não se emprega o acento indicativo de crase.

Publicado em 26/08/2021 às 13h47 e atualizado em 04/12/2024 às 17h00