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InternetEscola de MagistradosConexãoEMAG - Língua PortuguesaEmprego da Vírgula (I)

Emprego da Vírgula (I)

Ao se falar da vírgula, cabe destacar inicialmente os dois casos em que ela não deve ser empregada.

  1. Como sabemos, não se usa vírgula para separar sujeito de verbo, mesmo que o sujeito seja extenso.

“Remédio ingerido em excesso faz mal para a saúde.” (Sujeito: “Remédio ingerido em excesso”)

Sujeitos oracionais também devem estar conectados diretamente ao verbo, sem vírgula no meio do caminho.

 “Fazer várias coisas ao mesmo tempo é quase uma obsessão para ela, que sofre de TDAH, ou seja, de Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade.” (Sujeito oracional: “Fazer várias coisas ao mesmo tempo”)

 “Quem muito escolhe acaba escolhido.” (Sujeito oracional: “Quem muito escolhe”)

Neste último caso, cabe uma observação, fruto da interpretação de alguns gramáticos contemporâneos. De acordo com tais especialistas, por clareza, é possível o emprego da vírgula para separar verbos contíguos. Assim, para eles, neste exemplo seria possível o emprego da vírgula entre o sujeito oracional e o verbo: “Quem muito escolhe, acaba escolhido”.

Outros exemplos:

“Quem viver verá” ou “Quem viver, verá”

“Quem ama educa” ou “Quem ama, educa”

“Quem sabe faz a hora” ou “Quem sabe, faz a hora”

  1. Também não se pode colocar vírgula entre o verbo e seu complemento.

“As enchentes que assolam várias regiões do país mostram como nos tornamos inconsequentes em relação ao impacto ambiental.” (Complemento do verbo “assolam”: “várias regiões do país”)

“Os especialistas são unânimes em dizer que não é boa ideia se expor à variante Ômicron apenas porque ela aparenta ser menos agressiva.” (Complemento do verbo “dizer”: “que não é boa ideia”)

Vamos ver agora quando a vírgula deve ser usada.

  1. Primeiramente, podemos destacar o papel desse sinal de pontuação para separar o vocativo.

“Maria, sai da lata!” (famoso slogan publicitário – vocativo: “Maria”)

“Quase no fim da partida, só se ouvia a torcida cantar: ‘Corinthians, eu nunca vou te abandonar!’ ”  (Vocativo: “Corinthians”)   

Ernesto, todos sabemos que você seria incapaz de ter uma atitude dessas.” (Vocativo: Ernesto)

  1. O aposto deve ser isolado por vírgulas.

“Stendhal, autor francês do clássico O vermelho e o negro, morreu em 1842.” (Aposto: “autor francês do clássico O vermelho e o negro”)

 “Cícero, o mais esperto dos quatro irmãos, foi o primeiro a se formar em um curso superior, mesmo não sendo o primogênito.” (Aposto: “o mais esperto dos quatro irmãos”)

As mesmas frases poderiam ser elaboradas desta forma:

“Autor francês do clássico O vermelho e o negro, Stendhal morreu em 1842.”

“O mais esperto dos quatro irmãos, Cícerofoi o primeiro a se formar em um curso superior, mesmo não sendo o primogênito.”

  1. A vírgula pode ser empregada para indicar a omissão de um verbo.

“Matheus sempre preferiu a leitura, já seus irmãos, a televisão.”
A vírgula depois de irmãos indica a omissão do verbo “preferiam”.

“Cláudia trará o bolo, Christiane, as bebidas e Roberto, os salgados.”

As vírgulas depois de Christiane e Roberto indicam a omissão do verbo “trará”.

“Hoje o dia está lindíssimo. No céu azul, duas nuvenzinhas esparsas!”

A vírgula depois de azul indica a omissão dos verbos “há” ou “tem”.

Estes são alguns casos em que o uso da vírgula é necessário ou que a vírgula confere um estilo à forma de expressão escrita.

Publicado em 24/02/2022 às 17h59 e atualizado em 04/12/2024 às 17h00