LEMBRE-SE: 

VÍRGULA COM A CONJUNÇÃO “E”  

A princípio, não é recomendado o uso da vírgula antes de “e”. No entanto, há exceções. Podemos empregá-la: 

Nos casos em que o “e” articular orações cujos sujeitos são diferentes. 

“Ela não quis se pronunciar sobre o ocorrido, e ninguém ousou perguntar o que quer que fosse.” 

“Uma mão lava a outra, e as duas lavam o rosto.” 

Quando o “e” equivale a “mas”, sendo classificado como conjunção adversativa. 

“Acossado pelos pais, Gustavo confessou que fumou, e não tragou. (= mas não tragou) 

“Todo ano de eleição é a mesma ladainha: os candidatos prometem mundos e fundos, e não cumprem nada.” (= mas não cumprem) 

Em frases nas quais entre um sujeito e outro aparece um termo separado por vírgulas. 

“A última coleção, duramente criticada, e as vendas, abaixo do esperado, foram a causa da demissão daquele famoso estilista.” 

“Olavo Bilac, ícone do Parnasianismo, e Raul Pompeia, autor de O Ateneu, obra representante do movimento realista brasileiro, eram inimigos, chegando mesmo a marcar um duelo de espadas.”  

Por uma questão estilística, há momentos em que se pressupõe uma pausa no discurso. Nesses casos, a vírgula é empregada antes do “e”. 

“Eles querem falar com o presidente da empresa, e logo!” 

“Roberta disse que acabaria tudo no prazo combinado, e foi isso mesmo que aconteceu!” 

Antes da expressão “e vice-versa” também se usa vírgula. 

“Quando o despotismo está nas leis, a liberdade encontra-se nos costumes, e vice-versa.” (Honoré de Balzac) 

Em uma enumeração, coloca-se a vírgula antes do “e” no último item. 

“Os Estados Unidos são o maior produtor de queijos do mundo, a Alemanha se destaca em segundo lugar, e a França, referência mundial nesse tipo de alimento, é a terceira maior produtora.” 

Em orações nas quais há polissíndeto, ou seja, a repetição da mesma conjunção (no caso, a conjunção “e”), emprega-se a vírgula. 

“O menino estava tão fora de si que chorava, e berrava, e esperneava, e se atirava ao chão, e atazanava a vida de seus pais.” 

Também empregamos vírgula antes das expressões: “e nem”, “e nem ao menos”, “e nem sequer”. 

“A equipe que lidera o campeonato marcou logo quatro gols no primeiro tempo, e nem sequer deu chance de reação para o time adversário.” 

Com a vírgula é assim: quanto mais se estuda o seu emprego, mais regras a gente encontra!