LEMBRE-SE:
Por que escrever
HISTÓRIA
Algumas pessoas relatam que, na época de estudante, aprenderam a diferença entre história e estória. História seria o termo empregado para se referir à ciência que tem como objeto de estudo eventos passados de um povo, país, período ou, até mesmo, de um indivíduo. Quanto à palavra estória, esta seria empregada com o sentido de narrativa de ficção, de fábula ou de um caso prosaico.
Estudiosos afirmam que a existência das duas grafias, atualmente, não procede. De acordo com especialistas, as duas palavras coexistiram na época medieval, quando ainda não havia uma uniformização ortográfica. Há também quem se refira ao fato de que, nos anos 1940, no Brasil, houve um movimento de estudiosos do folclore, que propuseram a grafia estória com o objetivo de diferenciar narrativa folclórica de narrativa histórica, documentada. A esse respeito, vale lembrar que o escritor João Guimarães Rosa optou pela grafia estória em suas obras Primeiras Estórias (1962) e Estas Estórias (1969).
No entanto, atualmente, seja qual for a acepção, deve-se sempre escrever história, o que é referendado pelo Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, que recomenda “apenas a grafia história tanto no sentido de ciência histórica, quanto no de narrativa de ficção, conto popular e demais acepções”.
Para ilustrar, vejamos estes exemplos:
“Ele tem esse hábito de inventar histórias mirabolantes como justificativa para não fazer nada.”
“Mesmo sendo antiga, a história da Branca de Neve e os Sete Anões segue fascinando crianças até os dias de hoje.”
Como se trata de ciência, e não de crença infundada, a História sempre pode ser reescrita, tudo depende da descoberta de novas evidências ou do ponto de vista adotado pelos estudiosos.
A real história de Shakespeare, o maior nome da literatura de língua inglesa, ainda é um mistério. Há até mesmo quem questione se ele realmente existiu ou se, na verdade, outro escritor ou um grupo de dramaturgos teria adotadoShakespeare como codinome.