LEMBRE-SE:
Devo ou não flexionar?
O MAIS POSSÍVEL
Sempre que a expressão superlativa se iniciar com o, é obrigatório o uso de possível no singular. Assim, o mais possível, o quanto possível e o menos possível ficam invariáveis, pois atuam como locuções adverbiais e, como sabemos, advérbio é uma classe de palavras que resta invariável.
É sempre bom lembrar que advérbio é a classe de palavras que modifica um verbo, um adjetivo ou outro advérbio. <s> </s>
“Apesar da intensa rivalidade, as relações entre aqueles dois candidatos ao governo têm sido cordiais e respeitosas o mais possível.” (¼ têm sido o mais possível cordiais e respeitosas.)
Neste exemplo, repare que o mais possível modifica o sentido de “têm sido”, que é uma locução verbal. Logo, o mais possível exerce função adverbial.
“Os alunos devem ficar o menos afastados possível uns dos outros, pois não há espaço suficiente para todos na sala.”
No exemplo acima, o menos possível qualifica o adjetivo “afastados”. Novamente, vemos a expressão aplicada com função adverbial, daí ser invariável.
“Os prazos processuais devem ser prorrogados o quanto possível, já que não existe um entendimento pacificado sobre aquela matéria.”
Aqui, a expressão o quanto possível também exerce função adverbial. Por isso, permanece invariável.
Vejamos a famosa frase do filósofo alemão Gottfried Wilhelm Leibniz:
“Tudo vai pelo melhor no melhor dos mundos possível.”
Se alterarmos a ordem dos termos, veremos com maior clareza que se deve empregar possível no singular:
“Tudo vai pelo melhor possível no melhor dos mundos.”
Quando o artigo inicial da expressão está no plural, possível também é flexionado.
“Como eles se empenharam muito nos estudos, obtiveram as melhores notas possíveis.”
“Todos ficaram surpresos, pois aquele procurador emitiu pareceres os menos esperados possíveis.”
Logo, conclui-se que se deve ficar atento ao artigo definido colocado antes de possível, pois é ele que define se essa palavra deve ser flexionada ou não.