Se a língua portuguesa, em si, pode causar dificuldade para alguns de nós, em razão do uso de termos pouco frequentes e/ou de uso restrito a um determinado grupo profissional, imagine quando se recorre a um vocábulo de origem estrangeira!
Não é incomum encontrarmos, em algumas peças judiciais, a palavra “Parquet”. De origem francesa, esse termo, que significa “assoalho”, “chão de madeira”, designa o local onde os procuradores do rei ficavam na sala de audiências, antes de adquirirem a condição de magistrados e terem assento ao lado dos juízes. Atualmente, esse vocábulo designa o corpo de membros do Ministério Público e é frequentemente utilizado, no meio jurídico, para se referir ao representante desse órgão.
Tal estrangeirismo em um documento público, que deve ser amplamente acessível a quem se interessar em consultá-lo, chega a ser um contrassenso em tempos democráticos como os nossos, em que todos devem exercer seu direito de ter acesso e compreender em sua integralidade documentos públicos dos mais diversos órgãos (afinal, não estamos na França Absolutista, mas no Brasil Republicano, não é?).