Esta é uma das muitas expressões forenses extravagantes, que dificultam a plena compreensão do leitor. Suponhamos que, na melhor das hipóteses, ele conheça a palavra “vergasta” − vara delgada e flexível usada para açoitar, para impingir um castigo físico. Como fazer a transposição desse termo para o universo jurídico, como qualificador de “sentença”?
Nesse caso, para se chegar ao sentido desejado pelo autor do texto, o leitor tem que fazer analogias, ou mesmo, “traduzir” para uma linguagem mais simples o termo empregado: “vergastar” tem o sentido de castigar, de criticar duramente, de afugentar. Assim, uma sentençavergastada é aquela que “está objeto de discussão, recurso, debate, ou seja, está atacada e criticada”.
Muitas vezes exige-se de nós uma capacidade de abstração, até mesmo de imaginação, para a compreensão de determinados termos. Não se trata, naturalmente, de banalizar a língua, fazendo uso sempre das mesmas palavras, mas de empregar expressões que confiram expressividade, sem recorrermos a eventuais preciosismos que mais parecem pretenso eruditismo.